Página escura, porque?

Você sabia que página escura diminui o excesso de claridade dos monitores reduz o reflexos que o monitores produzem, evitando a agressão à visão e o consequente aparecimento de cefaléias, dores de cabeça e enxaquecas, além de diminuir o risco da perda gradativa da visão por bombardeamento de radiação excessiva dos monitores de computadores. Além de principalmente economizar energia porque o ecrã é predominantemente escuro. Imagem exibida é principalmente uma função de ajustes do usuário e gráficos coloridos do desktop, bem como a cor e o tamanho das janelas do aplicativo aberto, dado que um monitor requer mais energia para mostrar um branco (ou luz) do que uma tela preta (ou escura)

Eu incentivo que você defina o Google Escuro de http://www.google-escuro.com/ como a sua home page. Desta forma, toda vez que você abrir o seu navegador de Internet vai economizar um pouco de energia e preservar mais a sua saúde visual.

Pense

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sexta-feira, 19 de março de 2010

O olhar de Antônio


O olhar desconfiado revelara que ela percebera algo. Não sabia definir se a desconfiança era por ser vulnerável ou se porque o olhar que a olhara era-lhe penetrável a alma, sentia-se desconfortável, invadida, desvirginada. O olhar era apenas um olhar, não lhe tirava proveitos e não tinha luxúria. Ele olhava como por contemplação e nisso se esbaldava. Em alguns momentos admirava quase a divinizando e nesses momentos respirava forte. Não fosse o medo e a insegurança revelada pelos desvios dos olhares dela para outros olhares ele saberia se estava sendo compreendido e correspondido. Mesmo assim ele não demonstrava insegurança quanto aos seus interesses ele sabia o que queria. Ela, porém duvidava-se se queria o que ele queria dela, talvez por não souber discernir o que de fato ele queria lançando para ele toda a responsabilidade das suas escolhas. O olhar dele não era olhar por flerte, era muito mais que isso. De todos os homens que já lhe olharam aquele olhar lhe fora o primeiro. O primeiro que sentira e o primeiro que não entendera. O olhar invasor revelava desmascaramento, para ela isso era perigoso, pois ela tinha muitos segredos. Segredos não contados para si e para aqueles, que lhe era próxima. O seu mundo podia cair ao chão e ser reconstruído instantaneamente de uma forma que ela não se sentia confortável. Ser quem ela era e não queria ser era por demais, impuro, leviano, assassino. Impuro, da pureza que pensara ser pura. Leviano, das leviandades de seus desejos naturais. Assassino, dos corações que ela simplesmente suportara durante sua vida. Restara-lhe a danação e o medo por não ter a coragem e a fé, de permitir-se ser invadida por aquele olhar, por não querer mudar, por não poder ser mais. O olhar que a olhara, entretanto cansara de ser apenas um olhar desconfiado queria ser fato, ser real, tornar-se história contada em versos, estrofes e reticências. Aproxima-se vagarosamente, como um anjo, mas por ela visto como um gato persa, cheio de malícias e interesses próprios.

Olá! Olá! Meu nome é Antônio, prazer! Prazer Antônio. Você é? Ana, Ana Perez. Ana, você gosta daqui? Sim, sim aqui é bem agradável. Porque aqui é agradável para você? O que lhe agrada aqui? Aqui, bom... Eu gosto daqui. Ah sim! Eu venho aqui para ler, adoro ler, venho para distrair-me para ver pessoas, para comer pipoca, dar de comer aos peixes, gosto de vir com minha mãe. Ela ás vezes vem para rever as amigas da juventude, é engraçado, gosto de comparar a minha juventude com a dela, gosto de olhar o passado dela e ver no presente dela onde as escolhas que ela fizera a levaram isso me ajuda a entender o meu presente e hipotetizar o meu futuro comparando-o com a vida de minha mãe. Sim, isso é legal Antônio, a minha mãe é rendeira eu a vejo fazer isso em casa, não saio muito. Hoje eu quis sair dar uma volta, meu namorado Hortêncio chega a pouco, ele está atrasado se importa de ir comigo ali a frente ver se o encontro? Oh claro que não Ana, vamos lá. Então Ana você namora há muito tempo? Sim, na verdade estamos por ficar noivos namoramos há cinco anos já é hora de casar não acha? Bom se você acha que é que seja. Lá está ele, vou acenar. Hortêncio este é Antônio, Antônio Hortêncio. Prazer Antônio, Prazer Hortêncio. Ana eu preciso ir foi um prazer, até! Até mais Antônio.

Antônio se fora, ao olhar para trás entende duas coisas, entende por que ela namorava e entende porque ela era frágil. O motivo de ter Hortêncio e o de ser frágil era o mesmo, O medo de Ana se esconde em Hortêncio. Então, Ana olha para Antônio como que por querer ser salva por ele. Diz-lhe algumas palavras que ele não consegue entender e volta-se para Hortêncio como se nada tivesse acontecido. Antônio então percebe que o olhar desconfiado de Ana tornara-se mais leve, Ana permitira-se ser mesmo sendo apenas em seu coração, ela se permitira. Porém, Antônio sabia que Ana não seria dele. Ana, seu medo e sua covardia pertenciam a Hortêncio, a alma e o coração de Ana Hortêncio nunca conhecerá. Por Antônio eles, a alma e o coração, foram conhecidos por pouco tempo. Mas Antônio sabia que quando se conhece com o coração o tempo se torna relativo. Ana havia se entregado a Antônio por um período breve. Mas ela se lembrará para sempre, talvez não na mente talvez não pela consciência. Na nova Ana que se tornara ela sempre se lembrará a lembrança não será de Antônio nem de seu olhar invasor, a lembrança será da Ana que fora vista pelos olhos de Antônio.

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